domingo, 15 de agosto de 2010

O queijo, o chocolate e a caminhada

Bah me atrasei pra atualizar esse blog hein minha gente.
Fazer o que, final do programa chegando, Lab bombando e muita coisa pra organizar, acabou que meus poucos momentos de folga viraram um ode ao descanso hehehe. Mas vou recuperando o atraso, começando com a viagem bacanérrima que fizemos para o vale de Gruyère.
O nome pareceu familiar? Sim, amigos, o queijo mesmo. Fomos visitar a fábrica Maison Gruyère, onde ganhamos amostras grátis. A visita não foi lá essas coisas, vou ser bem sincera, mas o ambiente era bacana e bonito, e a visita à vila logo em seguida compensou a pequena decepção.
A vila de Gruyère, sem querer cair em clichês mas já caindo, é um charme só. Fica no topo da montanha, onde tem um castelo abraçando o vale por cima. Uma ruela estreita é encrustada de prédios fofos e com sacadas com flores e bandeiras da Suiça (fomos lá justamente dia 1º de Agosto, que é um dia muito importante na história da Suiça). Tenho pra dizer que essa vila tem o maior número de fondues por quilômetro quadrado. Não é brincadeira!! E em todos o preço é o mesmo, então é só escolher o que tu acha o mais bonitinho. E foi o que fizemos! Curtimos uma overdose de fondue e raclette de queijo num restaurante.




Nessa mesma vila tinha um museu que parecia meio deslocado. Aparentemente quem fez tudo que tem lá dentro é o criador de um personagem daquele filme Alien. Então tinha ETs e criaturas estranhas em metal por toda parte. E conectado ao museu tinha um bar inspirado na... coluna vertebral. Sim. O teto, as cadeiras, as mesas, tudo com reproduções de ossos (principalmente vértebras). Estranho, mas eu amei hehehe.


De lá pegamos o trem até a fábrica de chocolates da Cailler. Aí sim, amigos, a história foi bem diferente. A programação da visita era bem interessante, mas o que compensou mesmo foi a degustação de TODOS os chocolates da Maison no final. Eu não aguentava mais chocolate, mas ainda provava mais um porque sabia que no dia seguinte eu pensaria "bah, não comi AQUELE um, que arrependimento!!". Então toquei pra baixo todos aqueles sabores maravilhosos, cremosos, aveludados e perfumados com toda vontade :)
Ah, e claro, comprei várias barras de souvenir pra mim e meus amigos brasileiros hoho



Com tanta energia no corpo, precisávamos extravasar. Então eu e mais três gurias resolvemos, ao invés de pegar o trem de volta pra casa com o resto do povo, fazer parte do trajeto a pé até a próxima estação, isso subindo e descendo uma baita montanha. Fizemos hiking por assim dizer. E dos puxados!!! Pernas e energia pra que te quero.
Mas valeu a pena... paisagens lindas, sensação de liberdade, indiada das boas! Vimos um lago mais que lindo encrustado no meio das montanhas, mais vilarejos, várias vaquinhas com sinos no pescoço (sim, as vacas suiças realmente tem que carregar os sinos). 


Tínhamos uma hora limite para chegar à estação, porque iríamos pegar o último ônibus da noite. Quando vimos que tava vindo uma tempestade daquelas, resolvemos cortar o caminho e tentar pegar o ônibus uma estação antes. Descemos a montanha e aguardamos pacientemente o ônibus escondidas dentro de uma parada de ônibus cheirando a merda de vaca (com o perdão da palavra). Aiinda bem que achamos abrigo, porque a tempestade veio com tudo!!! Quando o ônibus chegou, o alívio foi algo absurdo. Com ele fomos até a estação de trem, onde esperamos quase uma hora pelo último trem até Lausanne. 


Nem preciso dizer como dormi bem aquela noite né amigos...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Festival que não era de Jazz, mas tinha música boa

Esta foi minha primeira aventura fora da EPFL com o povo do meu Lab. Eles alegremente me convidaram para acompanhá-los no Paleo Festival, em Nyon, um dos mais tradicionais festivais suiços.


Peguei carona com uma pós-doutoranda, a Charlotte, e seu namorado, Thomaz (que, inclusive, nasceu em Recife, e lá morou por um ano. Papai português lhe ensinou nossa bela língua, então tivemos um papo mais caseiro, uma satisfação). A viagem que deveria durar 30 minutos levou 1h45min por causa do tráfego em função do festival. Como não queríamos perder um dos shows (da Olivia Ruiz), as moçoilas do veículo automotor (eu, Charlotte e a Chhavi) sairam do mesmo e literalmente pularam a cerca que dava acesso ao pátio do festival, enquanto o Thomaz produzia paciência para aguardar na fila e estacionar o carro.


Após enfrentar um engarrafamento humano na entrada do festival, fomos direto para o concerto da Olivia, que estava lindo, aliás. Não conhecia essa moça francesa, mas ela é bem bacana, toca umas músicas fofas e tinha um cenário super lindo com flores. A banda dela tinha alguns instrumentos bem diferentes, e eu adoooro isso, então estava bem faceira.



Thomaz conseguiu nos encontrar depois da Olivia, então rumamos para o show de um cara com voz de mulher esganiçando terrivelmente. Aguentamos o tanto que a chuva durou, já que  precisávamos de abrigo, hehehe. 
Depois desta gralha citada, encontramos o Bruno e fomos comer comida malasiana. Só digo uma coisa --> PIMENTA!!! Mas tava boa, sério. Principalmente depois que afoguei a pimenta com um delicioso cupcake chamado "Canelet de Bordeaux", feito de baunilha e rum, bem tostadinho por fora e fofo por dentro. Sabem a palavra que uso para estas situações né, então nem vou falar.
Nah, não tem como não falar... SATISFAÇÃO!!!


Em seguida demos uma volta no Festival (ele estava BOMBANTE, muita gente!!) e fomos ao show do Charlie Winston, que toca uma mistura de folk/pop/rock/blues. Me informei com o povo por lá, pelo jeito esse cara curte inovar bastante em cada cd, por isso ele não toca um único estilo musical definido. Foi super bom, dançamos e cantamos junto com o cara, bem divertido. Muito engraçado ver os super pesquisadores assim tão descontraídos. Não que no Lab tenha alguma seriedade, pelo menos no caso desse Lab, mas né é outra coisa num festival!
Demos mais umas voltas, nos jogamos no gramado ao redor de umas tochas de fogo que se movimentavam curtindo uma Rivella (o refrigerante fabricado e encontrado apenas aqui na Suiça) e conversando. Vou ter que comentar dessa interessante tenda de bebidas que tinha por lá... Em que outro lugar do planeta tem uma tenda de LEITE com o desenho de uma super vaca num festival de música? É, acho que só aqui mesmo...


Enquanto o animado Christophe e sua esposa grávida resolveram curtir o festival até o fim, eu eChhavi voltamos para Lausanne de carona com o Bruno (que aliás ficou fingindo que não lembrava onde estava o carro dele... e eu acreditei, já que caminhamos uns 900km até chegar no dito cujo!). Dormi que nem pedra no caminho de volta, e tenho para dizer que meus dois companheiros de carro ficaram bastante impressionados ao passar pelo Red Light District (lembram das prostitutas né?!) quando chegamos no Planète Bleue.
No outro dia tinha que estar "inteira" para o Lab, então dei um jeito de tomar banho e dormir. Mas valeu muito a pena essa indiada, sem dúvida. O Paleo foi 10.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os jardins do lago

Domingo começou cedo, ensolarado e ventoso quando partimos com nossa trupe em direção a Morges, uma cidade vizinha de Lausanne. Pegamos o trem e, depois de uma viagem de 15 minutos, já estávamos nas ruas totalmente desertas de Morges. No caminho, encontramos uma linda rua com prédios com flores nas janelas e  charmosos cafés no térreo. Não resistimos e nos jogamos num lindo Tiramisu e um espresso no capricho. 

 
Chegando nas proximidades do lago, a coisa estava bombante. Todas as pessoas pobrezinhas que moram lá estavam desatracando seus 'barquinhos" para a volta de domingo pelo lago. Uma satisfação sem fim. O lago estava absurdamente azul e límpido, com gaivotas voando por tudo.

 
Achamos o Parque da Independência, que fica no ladinho do lago. Todo o esplendor da vegetação local, com lindas pontezinhas e trilhas fofas para uma boa caminhada. Fizemos algumas poses bastante interessantes perto do muro que separava o parque do lago, tudo com muito vento na cara e cabelos em pé. Lá que fizemos nosso pinquenique/almoço (que levamos junto, já que gastar 40 francos num prato de comida não entrava no nosso plano né minha gente).



Fomos para o cais e aguardamos nosso super navio para atravessar o lago e encontrar Yvoire, que é um vilarejo francês, do outro lado do lago. Ele era tri grandão, e cabia um catatau de gente lá dentro. Ainda bem que entramos cedo, porque nas outras paradas que ele fez (Nyon, por exemplo), entrou tipo meia ilha lá dentro. Todo mundo de pé!! 


Yvoire parecia de mentira. O cais era cheio de flores, e a primeira coisa que vimos foi o super castelo  medieval que tem lá, em cima de uma super pedra. Fiquei pensando: "meu chapéu, na idade média, as pessoas podiam cometer suicídio tão facilmente aqui!!!". Nos jogamos no sorvete!! Não tem como resistir, aqueles sorvetes coloniais, lindos e com sabores diferentes são chamativos e gostosos demais pra ficar se fazendo de difícil.


Fomos visitar o "Labirinto do Parque dos 5 sentindos", que é uma recriação do jardim do castelo medieval. São diversos pequenos jardins (cada um temático de um dos 5 sentindos) interligados por um labirinto. Não que tu possa se perder lá dentro, já que te dão um mapa na entrada, mas né, tá valendo. O jardim que mais gostei foi o do toque. Cada coisa bem esquisita!! Folhas e flores com texturas totalmente inesperadas. Bem bacana.


De lá fomos passear pelo vilarejo (aaaaallll de way up, haja pernas!!), onde tem 1 milhão de lojinhas com souvenires e coisas locais, como o conjuntinho de potes de mel aromáticos que comprei pra minha mãe :) Totalmente turístico o local, acho que isso é a única coisa que não curti, já que, como vocês já devem ter percebido, não gosto de locais "superpopulosos". 
Anyway, pudemos aproveitar muito a vista e a sensação de estar num lugar tão diferente e lindo em todos os cantos que se olhava.


Uma de nossas amigas tem uma energia que nunca vi na vida. Ela, no final do dia, ainda queria caminhar 1h30 pra ver um castelo. Aff ¬¬ eu e a Vladanka somos as duas velhinhas do curso, então nos permitimos ficar sentadas à beira do lago só curtindo o tempo passar, enquanto o resto do povo gastava mais algumas calorias por nós. O navio para nossa volta chegou às 18h45, e de lá fomos direto para Lausanne, totalmente mortas. Sim, amigos, só deitei o cabeção naquela mesa e me fui pros sonhos.
Chegamos em Lausanne, pegamos o trem e ainda caminhamos até o Planète Bleue. 21h chegamos em casa. Bacana foi ir tomar banho e ver as lindas marcas de sol por tudo. Testa rosa, pés com as marcas das sandálias, braços com a blusa tatuada forevis. Lindo!! Só ri de mim mesma, já que nada mais iria resolver, certo?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Jazz que não era Jazz

Estava a Natália curtindo um dia de trabalho pesado no Lab, e eis que surge pelas maravilhas da tecnologia  (leia-se Facebook) um convite de um guri do curso para se unir a ele e mais alguns na visita ao Montreux Jazz Festival, em Montreux, uma cidade vizinha de Lausanne, também na beira do enorme lago Genebra (aliás, por alguma razão o lago também atende pelo nome de Lac Léman).
No fim das contas eles iam muito tarde para lá, porém a Kelli e o Tim (americana e britânico! legal dar nome aos bois para vocês ficarem imaginando a cena e os sotaques) iam mais cedo para aproveitar o pôr-do-sol (que no caso é às 21h) e nadar no lago. Será que eu fui com eles? hehehehe
A viagem por si só já foi de tiraro fôlego, porque o trem foi costeando o lago durante todo o trajeto, dando nuances lindas das montanhas, vinhedos, casinhas lindíssimas e muita, muita água. Chegamos a Montreux e fomos direto para o Festival, que acontece em tipo um parque na orla do lago. A quantidade de tendas de comida e coisas para vender, artistas de rua, shows ao ar livre, e, principalmente, PESSOAS, era uma coisa inacreditável. 

Como vocês podem ver pela figura, esse Festival já ocorre há muitos anos. Originalmente ele era um Festival de Jazz, de fato. Entretanto, hoje em dia tudo que é tipo de estilo musical se reúne lá em festejo à boa música e ao lazer que a mesma pode trazer.
Mas como eu ia dizendo, mal chegamos e já demos um jeito de achar um lugarzinho nas rochas para deixar nossas coisas e se jogar na água. E só digo uma coisa: eu moraria naquele lugar!! A água estava fantástica, super limpa, geladinha e agradável. Fiquei lá boiando que nem um cadáver (romantismo é sempre importante) durante uns bons minutos, e ficava olhando pra tudo aquilo tendo dificuldades de acreditar que era de verdade.



 Como de praxe, eu tive que fazer meus fiascos. Estava eu bem bela sobre uma rocha dentro d'água tirando fotos do pessoal, e eis que me movo delicadamente para o lado e escorreguei com tudo para dentro de um vão entre duas rochas. Bonita foi a cena de eu ter ficado com todo o corpo submerso,(incluindo nisso a cabeça), mas a mãozinha segurando a digital ficou firme e forte que nem um mastro para fora d'´gua. Nem preciso dizer do meu alivio!! Cortei minha perna e mão valendo, mas nada que a vista não compensasse.
Saimos da água e fomos curtir um prato de Paella ótima que tinha lá pra comprar. Como o lugar tava realmente cheio, fomos sentar nas rochas mesmo para poder comer com calma. (Claro que não fomos os únicos a pensar nisso né).


Em seguida foi a hora do sorvete Mövenpick. Na minha modesta opinião, nenhum ser humano poderia morrer sem provar um desses. Óbvio que eu escolhi o sabor "Swiss Chocolate". E realmente vinham pedaços gigantescos do mais delicioso chocolate suíço dentro daquele sorvete. Eu tava nas nuvens, meu chapéu!

Terminando o sorvete nos deslocamos no meio da multidão para assistir o dito cujo show do Wax Tailor. O Tim já tinha me avisado que ele tocava tipo um "eletronic-jazz-rock". Whetever that would be, eu estava contando com pelo menos um piano ou um saxofone. Quando entramos naquele Jazz Cafe, comecei a desconfiar de que ali fosse ter qualquer coisa semelhante a jazz, porque tudo se assemelhava a uma boate mesmo, com tudo de mais chato que esses lugares têm (sim, sou meio claustrofóbica). Mas né, continuei na expectativa. Mover-se era algo difícil, quem dirá respirar, mas ainda demos uma chance. Quando apareceu o dito cujo Wax, só pensei: aff ¬¬.
Lá foi a Natália "curtir" música eletrônica da mais estranha possível. O mais próximo de música que aquilo tinha era uma moça tocando uma flauta (o que me lembrou um certo amigo meu, mas isso não vem ao caso, né Christian Grieffenhagen!!!). Meu pé foi dilacerado umas boas tantas vezes, outro tchê me derrubou do meu banquinho e o outro fez umas tentativas estranhas de me mover. Mas enfim. Tava curtindo igual. O jeito é dar risada.
Bateu 23h15 demos um jeito de sair correndo para pegar o trem das 23h30 (só assim chegaríamos em Lausanne a tempo de pegar o trem pra casa!). Deu tudo certo, mas claro que tivemos que passar novamente pelo "Red Light District", onde as mais estranhas prostitutas se reúnem para celebrar a vida. Ou seja lá o que eles ficam fazendo lá paradas.


Encontrar minha cama foi algo fora de sério. Ruim foi o ataque de cãimbra mais perto da manhã, que reverteu-se numa perna meio mancante o dia inteiro. Mas o que ficou na memória foi o lago, o pôr-do-sol, a Paella, o sorvete e a companhia. Com isso, quem se importa com música ruim e dor na perna? Eu é que não!

Cartaz de divulgação do Montreux Jazz Festival tirei daqui: http://genevalunch.com/files/2009/11/montreux_jazz_festival_poster_2010_romero_britto.jpg
E a figura dos maravilhosos sabores de sorvete Mövenpick daqui: http://sarahinsuisse.files.wordpress.com/2010/03/movenpick-flavours.jpg

terça-feira, 13 de julho de 2010

Suiça: o lago

Como vir pra a área do lago Genebra e não ir visitá-lo logo na primeira semana?
Imposssible!
Então, após a jornada da manhã que eu contei no último post, fomos em uma trupe até o lago no meio da tarde. Resolvemos viver perigosamente e ir a pé mesmo, tentando se achar nesses mapinhas da cidade. Parecia a mãe pata (a Kelli, no caso) e os patinhos (nós, no caso) atrás. Se bem que valeria a pena se perder naqueles bairros residenciais que passamos. Até brincamos: aqui todas as casas são daquele tipo que exclamamos "nossa, com uma casa dessas eu tava feliz!!!".
O fim da "linha" desembocou num quintal de uma casa. #fail? Que nada! Um rapaz suiço muito simpático apareceu detrás da moita (sim, foi detrás da moita mesmo): "vocês querem que eu abra o portão para vocês irem ao lago?". \o/
Daí foi só atravessar a rua, que chegamos num camping. Aqui o lago é a praia dos suiços mesmo, então tem uma orla de uma areia esquisita, e essas áreas enormes de camping onde as pessoas fazem churrasco, se jogam em toalhas e fazem piquiniques, como nós fizemos.
Eu só queria saber de entrar na água! Assim que apareceu a oportunidade, eu e o povo nos bandiamos para lá, apesar do mau tempo se aproximando.
Banho de lago é totalmente diferente. Não tinha correnteza praticamente, a água era meio fria no começo, e o chão era todo de pedrinhas perfeitas para resvalar. Começaram raios e trovões, eu e mais alguns resolvemos permanecer alguns minutos ainda, para ver se melhorava, mas necas.


Valeria a pena explicitar aqui a surpresa das pessoas diante da minha canga, quando a coloquei ao sair da água. Aquilo simplesmente era um artigo nunca visto antes na face da Terra!!! Todas as gurias pra mim: mas tu pode andar por aí com isso? ai que lindo, também quero! posso fazer assim como tu fez mas com minha toalha normal? Chegaram a fazer roda na minha volta, vê se pode!! Dei um jeito de escapulir sorrateiramente.
Depois, o jeito foi voltar pra casa, dessa vez de ônibus e trem (já debaixo de chuva). Sim, amigos, o caminho de volta é ladeira acima, daí.... esquece! Lindo foi meu ataque de soluço no metrô. Meus lindos amigos acharam bonito ficar me olhando esperando eu dar o próximo soluço. Senti olhares de compaixão dos outros habitantes do metrô, mas isso não ajudou em nada o soluço parar, obviamente.


Mas né minha gente, mesmo por pouco tempo, o lago valeu a pena. A vista é linda, com as montanhas beirando a orla oposta, alguns barquinhos e cais.
O próximo final de semana que me aguarde, porque eu vou voltar lá certo!!!

domingo, 11 de julho de 2010

Suiça: o mercado e a catedral

Depois de passar a primeira semana de estágio no Lab trabalhando feito um cavalo, lendo pra caramba, preparando minha apresentação de projeto (que foi na 6ª feira), indo dormir à 1h30 e acordando cedo TODOS OS DIAS, a visualização do final de semana se assemelhava a um oasis para mim.
Já começou bem na 6ª mesmo, depois da apresentação. Eu estava praticamente dando saltinhos de alegria. Logo em seguida tivemos um aperitif com o pessoal do programa de verão da University of Lausanne (UNIL), que é nossa "vizinha" (Lausanne é conhecida pela sua produção científica, principalmente na área de tecnologia).
Tava tudo tão bom!!! Tinha um monte de sanduíches com recheios fantásticos (de salmão, uns enrolados estranhos com coisas indecifráveis dentro, mas né, só fui comendo), e uns doces lindos e deliciosos, como vocês podem apreciar na foto que segue. Ah, e tinha vinho, super bom!!


Me bandiei de volta pra casa de trem com algumas gurias, fiquei no computador um tanto e dormi como nunca depois!!
No sábado de manhã, fiz um esforço tremendo e acordei às 8h45 para ir bater perna na cidade, já que no domingo está tudo fechado por aqui. Fomos em uma pequena trupe seguindo as ruelas da cidade, tirando fotos... é indecifrável a sensação de estar em um lugar tão diferente.


Achamos a feira no meio daquelas ruelas, e era tudo lindo, fresco, tanta variedade! Comprei alguns vegetais, cerejas e um mix de frutas secas delicioso (faço nem ideia de tudo que tem lá dentro... sei que tem morangos e framboesas secas, amêndoas, castanhas... mas o resto eu nunca vi na minha vida).


Seguimos as escadas (Lausanne tem diversos patamares, como se a cidade tivesse sido construída em andares mesmo... isso privilegia vistas bacanas) e encontramos a catedral (aquela mesma do festival) no topo, de onde pudemos ver toda Lausanne. Infelizmente tinha um pouco de "neblina" (não sei o que é ao certo...), então era difícil ver o lago e as montanhas, mas rendeu boas fotos mesmo assim.


 

Uma parte do pessoal foi visitar o museu de história (ok, nisso eu tive que ser bem franca... não curto história nem um pouco, e estava com fome). Eu e a minha companheira Vladanka voltamos pra feirinha, passamos em lojas em promoção (estamos na época certa!!!), compramos umas saladas e seguimos pra casa para almoçar e descansar um pouco, antes da jornada ao lago :)
To be continued...

sábado, 10 de julho de 2010

Suiça: o jogo e o festival

Era dia de jogo do Uruguai e Holanda, e eu como boa World Cup addicted, tinha que assistir. Estava combinando uma "assistida conjunta" com o Aaron aqui no Planète Bleue mesmo, e eis que ele surge na porta do meu quarto dizendo que o povo tava pensando em assistir o jogo no telão no lago Genebra. Não sei porque ele perguntou se eu estava interessada em ir, já que isso só tinha a resposta óbvia correspondente.
Lausanne tem uma área bastante grande que fica na beira do lago, e uma das mais importantes é a Ouchy (nós gostamos de chamá-la de "áutch", pra parecer um berrinho de dor, mas o certo é algo como "úchi"). No Ouchy que termina uma das linhas de metrô, então é fácil chegar lá, mesmo quando se está do outro lado da cidade. Eu, Isdin, Aaron, Nadya e um outro guri que não lembro o nome fomos de metrô até lá, e encontramos o pessoal que mora no outro alojamento, e curtimos o jogo com uma vista fantástica. Aqui são 5 horas na frente do Brasil, então o jogo começa às 20h30 para nós. Mas o sol ainda jogava seus lindos raios por tudo, pintando o horizonte com um laranja fenomenal.


Aliás, a "laranja mecânica" estava bombando por lá. Mesmo. Achava que eu e a Nadya (que é da Colômbia) fôssemos as únicas torcendo para o Uruguai. Até que eles fizeram gol, e os tímidos torcedores se manifestaram como puderam.
No meio do jogo, um cara gigantesco parou na minha frente, e bloqueou minha visão. De repente ele saiu, e eu fui pra frente novamente, ao lado da Amber, do nosso grupo. Eis que subitamente o homem-montanha voltou, e começou a me empurrar literalmente, tipo "sai daqui, que eu guardei esse lugar pra mim". Não sei por que, mas às vezes tenho ataques de bravura, então olhei bem séria pra ele, tipo "vai encarar, é?" hahaha. E ele me olhou bem sério "Holland?". Percebi o sotaque latino dele, e respondi (em português) "claro que não, Uruguai". Meu chapéu, parecia que ele tinha encontrado a sobrinha desgarrada ou algo assim. Queria saber meu nome, de onde eu era, o que eu estava fazendo, e tudo mais. Ele é espanhol, mas morou no Brasil por um ano (em Fortaleza). Ficou lá destilando o mel de como os brasileiros eram legais ("não digo só pelas mulheres, claro!!!!"). E assim por diante.
Eu quase sentia o olhar dos meus amigos nas minhas costas. Assim que ele foi embora, eles vieram com tudo: "isso foi muito engraçado! ele é brasileiro? vocês ficaram amigos?". Aham, marcamos churrasco lá no Planète Bleue amanhã. #not
Enfim, o jogo terminou e tínhamos tempo ainda, então pegamos o metrô e descemos em uma parada adiante da que iríamos descer normalmente, para conhecer o Festival de la cite Lausanne. (estou percebendo que todos os eventos acontecem no verão por aqui, fico imaginando o que acontece no resto do ano! talvez eles fiquem fazendo bonecos de neve ou algo assim).
Bom, resumindo, foi totalmente cult. Absurdamente cult. E estava a cidade toda lá. Isso só me leva a uma conclusão: os lausanneses (?) são cult.
O festival ocorre ao redor da grande catedral que tem aqui. Ela é bem gigante mesmo, então tinha diversos espaços alternativos, onde eventos paralelos iam sendo desenvolvidos. Tudo era falado em francês, então eu não entendia nada (infelizmente). O máximo que eu podia fazer era me esforçar para entender a interpretação, ou aproveitar para ter uma aula de francês na marra mesmo.


Uma das coisas que mais gostei foi um show de música. Sobre um palco tinha uma moça tocando um violino conectado a um computador, e mais dois caras também com computadores. E eles fizeram arranjos fantásticos, com músicas eruditas e também modernas. Só que eles não estavam simplesmente lá tocando. Sobre eles e o palco eram projetadas luzes e figuras de pedras entalhadas, então na verdade a gente mal conseguia ver os caras. Bah, foi demais. (essa foto abaixo tenta sem muito sucesso mostrar isso que falei)


Tinha diversos teatros e stand up comedies hilários. Como um nono italiano vestido de terno, que primeiro foi chegando no palco todo devagar, e de repente começava a dançar freneticamente, e depois contou diversas histórias. Aliás, para uma das performances dele, ele pediu quem era brasileiro na plateia, e pegou uma das moças pra ir com ele no palco (que no final passou por mal bocados). Ainda bem que fiquei bem quietinha.
Teve também o show do Superman versão mini, que eu mostro nessa foto abaixo. Não tenho ideia do que era, mas me matei rindo mesmo assim.


Passamos um frio danado aquela noite. Era 00:30, pegamos o trem de volta pra casa, e eu, Aaron e Isdin percorremos a avenida que liga a estação de trem ao Planète Bleue nos segurando para não rir. Por que? Porque essa avenida é o hotspot das prostitutas de Lausanne. Tinha dezenas delas, para todos os gostos, bolsos e disponibilidades, lá paradas. ¬¬ Nós tivemos que comentar o fato de que, provavelmente, assim como tudo na Suiça, o serviço prestado por elas deve ser bastante caro, e portanto deixando-as relativamente desocupadas como estavam.
Mas chegamos em casa a salvo. Fui dormir bem faceira aquela noite,

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Suiça: começando

Aquela minha primeira noite, apesar de meio tensa, foi muito necessária.
No sábado, fui procurar mantimentos (logicamente, eu segui as coordenadas do diretor para achar o mercado, e fui parar num galpão onde aparentemente não tinha nada, então tive que sair à cata mesmo).
Caminhei um bom tanto e achei o MIGROS, uma rede de supermercados bem bacana daqui, que também tem tipo um shopping junto. Fui à loucura com as frutas (bastante carinhas...), e quase caí pra trás quando vi a barateza dos iogurtes e chocolates.
Enfim, peguei o que precisava, comprei uma salada para o almoço e voltei bem bela pra"casa". Sim, uma das coisas que mais tem martelado na minha cabeça é "eu poderia me acostumar a isso aqui tão facilmente!!".
Lascou-se, porque já me acostumei :)

Nem me lembro direito do final de semana, só sei que fiquei em função de dormir, fazer umas caminhadas (eu não tava aguentando muito, minhas pernas doíam demais pela jornada da chegada!), dormir, e dormir. 
Claro que sairam algumas fotinhos nesse meio tempo... Aí tão os prédios de arquitetura mais típica da região de Genebra (escolhi esse pelas bandeiras na sacada hehe), uma das famosas ruelas estreitas, e a vista de cima de um viaduto sobre a Rue de Genève, que é a rua que estou morando. Bem lá no fundo vocês podem enxergar uma parte do Lago Genebra e os Alpes.



No domingo começou a chegar o povo do curso para o Planète Bleue. Lá estavam a Vladanka (Sérvia), a Maria (Rússia), o Aaron (EUA) e a Misun (Coréia do Sul). Agora imagine esses seres humanos com tanta coisa em comum (!) andando juntos por Lausanne, para ir providenciar os ingredientes para os sanduíches que faríamos na noite. Sim, ligeiramente alternativo, digamos.
De noite a galera começou a chegar mesmo. Pessoas de tudo quanto é origem, tentando se comunicar da melhor forma possível. Eu tentei organizar a questão dos sandubas e do suco (fizemos tipo uma recepção, com direito a "introduction joke" e tudo o mais). Foi extremamente esquisita a sensação quando fui recolher o dinheiro do pessoal (pra pagar os ingredientes). Todo mundo tão agradecido, e de forma sincera, sabe? Achei lindo.
Claro que a comunicação não foi exatamente fácil, mas todo mundo tava se esforçando bastante, ao menos. Percebi um senso de humor bacana no grupo, e tive certeza que ia estar em boa companhia nos dois meses seguintes.

Bom, não teve nada de muito engraçado no final de semana, provavelmente pelo cansaço. É uma mão danada manter atividades desastrosas como as que eu vinha mantendo!
Mas fiquem tranquilos, minha energia para tal já voltou ao normal ;-)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Suiça: A chegada

Cheguei à frente do Planète Bleue e me deparei com um monte de botõezinhos de interfone para todos os apartamentos. Um deles era direcionado à secretaria. Foi ele que eu cliquei.
Fui recebida por um saudoso "Oui?". Ao que eu comecei a desenrolar meu inglês aos trancos e barrancos, tendo em vista meus problemas de cansaço e desidratação no momento. A mulher desesperadamente passou o interfone para um homem, e começamos a falar.
O tal homem ficava me perguntando "Do you have an appointment with the director?", ao que eu respondi umas 500 vezes "YES!!".
Ele me mandou entrar e ir na porta à esquerda. Fui né. Deixei minhas malas logo na entrada e entrei pela porta.
Me deparei com um ambiente muito estranho, com barulhos de água e canos, e cheiro de lavanderia. Mas a tal pessoa tinha me mandado ir alí, então imaginei que o diretor podia ser um cara meio alternativo, que gosta de se sentir estudante também, ou algo assim.
Tinha diversas portas lá dentro, com escadas e paredes. Saí batendo em todas as portas, e nenhuma estava destrancada.
Voltei para o interfone, e disse "Ninguém me atende!". E ele continuou me mandando bater na porta verde. Fiz o trajeto interfone-porta verde-portas internas umas 4 vezes, ao fim do que, na passada pelo interfone, a pessoa me disse a palavra mágica "up-stairs". Ou seja, a tal porta estava no segundo andar. Eu realmente estava em uma lavanderia aquele tempo todo, procurando o diretor do estabelecimento.
Peguei o elevador (AINDA BEM QUE NÃO TIVE QUE SUBIR AS ESCADAS ARRASTANDO MINHA MALA), cheguei à tal sala, e o homem com quem eu falei ao interfone (que era o diretor ¬¬) me recebeu cordialmente. Ele estava um pouco confuso (não mais que eu, obviamente), e deve ter pensado algo como "nossa, no Brasil as pessoas tem problemas mentais".
Eu expliquei que estava exausta, fiquei pedindo desculpas umas 200 vezes. Ele carinhosamente me levou até um sofá, e trouxe uma garrafa de 1,5 litros de água. Bebi quase tudo, e acho que esse foi um dos momentos mais gratificantes dessa minha curta vida.
Depois fomos conhecer meu apartamento (que divido com mais 3 gurias, duas espanholas que moram alí mesmo e mais a Cecilia, uma chinesa do mesmo curso que eu), conversamos um pouco. Ele foi embora. E eu fui tomar banho. Nem acreditei na sensação do contato com aquele jato de água gelada.
Eu tinha chegado, sã e salva, apesar dos inconvenientes.
Dormi que nem uma pedra na noite que chegou às 22h.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Suiça: A viagem

Bom, primeiramente, gostaria de explicar que este blog surgiu como uma ideia do meu sempre crativo amigo Rodrigo, à minha vontade de contar algumas histórias de viagens (como a que estou fazendo agora) e indiadas, já que eu não queria "poluir" meu blog de ciências (que, inclusive, está juntando pó, infelizmente) com assuntos não referentes ao tema principal dele. A ideia do nome também foi dele (eu sou péssima com nomes), fazendo um link bacana da intenção do blog com meu sempre surpreendente sobrenome "Dörr".

Então, minha gente. No momento estou em Lausanne, na Suiça. Estou aqui fazendo uma espécie de estágio com bolsa, inserido dentro de um Programa de Pesquisa de Verão na Ecole Polytecnique Fédérale de Lausanne (EPFL). Não vou explicar o que estou fazendo no Lab porque senão vou poluir o blog de viagens com assuntos de ciência, daí vai ser uma bagunça. Ou seja. Chega de enrolação.

Bom, minha intenção nos próximos posts é contar algumas coisas que aconteceram ou estão em andamento por aqui, e mostrar algumas fotos pra vocês.

Então, vamos lá, "A Viagem".

Pra começo de conversa, minha viagem foi looonga, como se poderia imaginar. De Porto Alegre peguei avião pro Galeão, onde fiquei boas horas curtindo o carioquismo alheio e tentando abstrair a voz de motel que anuncia os vôos por lá. Boa parte do tempo eu fiquei tentando afastar da minha mente a possibilidade de a minha mala se perder em uma das 500 escalas que eu tinha que fazer, já que eu tinha pedido pra pequenina (sim, a mala. 25kg) ser despachada direto em Genebra, minha última parada aérea.

 
Lá fiz um "amigo", digamos. Não sei o nome dele. Só sei que a gente se encontrou em todos os lugares, e no final um já estava guardando as tralhas do outro enquanto esse outro ia no banheiro. Acho que ele estava indo visitar a namorada em Florença. Enfim.

A pequena viagem de 10 horas foi muito bem, já que eu só aguardava algum alimento me ser dado para em seguida cair em sono profundo (veículos de qualquer espécie em movimento me fazem dormir instantaneamete). Dormi após o jantar e acordei com a bandeja do café-da-manhã sendo colocada na minha frente com um esplêndido "Buenos diaaaas!" dos comissários da Iberia.

A tal escala longa era até Madri. Lá devo dizer que a coisa apertou, porque eu só fui seguindo o fluxo de pessoas. Eu estava me sentindo como naquele filme Matrix ou algo assim. Eram tantos elevadores, luzes e escadas rolantes que eu achei que qualquer hora fosse desembarcar numa nave espacial (sim, essa é minha ideia de check-in de viagem inter-espacial). Nem acreditei quando tive que pegar um metrô chegar à outra parte do aeroporto onde estava minha sala de embarque, mas, alguns minutos depois, lá estava eu no banheiro trocando desesperadamente meu sapato e blusa por opções mais "ventiladas" para o verão espanhol, e indo aguardar pacientemente meu avião até Genebra.

 
A viagem de Madri a Genebra foi a mais sem graça. Tinha duas espanholas do meu lado (eu estava no corredor, aff) que gostavam bastante de falar. E, claro, eu estava querendo dormir. O avião trepidou que nossa, e tinha 3 "chicas" na fileira da frente que, a cada movimento brusco do avião, levantavam as mãos para o alto e faziam "uhuuuuuu", como se estivessem em uma montanha-russa. Ah, e não tinha lanche free. Fui na seca mesmo.

Genebra é linda (pelo menos pelo que vi do aeroporto). Lá dei um jeito de achar a estação do trem (com minha mala já em mãos!!! imagine minha alegria quando vi minha pequenina deslizando na rampa!). Claro que eu não sabia falar "Lausanne" com a entonação correta, mas o atendente que me vendeu o ticket do trem rapidamente deu um jeito de me ensinar. LUSÁN!


 Já no trem, eu estava impressionada com a qualidade do ambiente! Poltronas enormes, vista fantástica, tudo lindo. Até que chegaram os homens que checam nosso ticket. Eu tinha comprado ticket para 2ª classe. Claro que aquelas poltronas malditas me enganaram, pois alí era 1ª classe. Tive que pagar a diferença, porque já estávamos chegando em Lausanne. Próxima vez vou verificar melhor os lugares que entro.

 
Chegando à Lausanne, eu tinha a direção dos ônibus que teria que pegar para chegar à residência que iria morar (Planète Bleue). Deu tudo certo com os ônibus, aqui eles são mais fáceis de lidar quando se tem uma mala, pois tem um segundo compartimento do ônibus com a plataforma mais baixa e menos poltronas, para pessoas 'carregadas' de alguma forma de virarem mais facilmente.

O problema foi ao descer do ônibus. Meus apontamentos me diziam que eu tinha que "go down". Fui "going down the street" que eu tava, e me deparei com... nada. Estava numa rua que não sabia o nome, procurando o número 76. Daí tinha algumas casinhas: número 74, 75, ??, 77, 78. Sim, nada de 76 para mim. Resolvi virar à esquerda pra ver se a 76 tinha fugido, e nada. Nesse meio tempo a rodinha da minha mala caiu, e não tinha como pôr de volta. Então esta era eu arrastando 25kg mais 3 bolsas e eu mesma.
Felizmente encontrei uma senhora que me ajudou um tanto (ela falava francês, e entendia algumas coisas de português, então...). No final ela só apontou pra frente e disse qualquer coisa que devia parecer com "deve ser logo em frente". Nos 300 metros restantes (sim, eu estava vendo o Planète Bleue) eu devo ter parado umas 5 vezes para respirar. Eu estava ficando desidratada, achei que fosse desmaiar, e minha água tinha acabado. Um horror.

Mas cheguei ao Planète Bleue. E muitas coisas aconteceram antes de eu deitar na minha cama. Mas isso é assunto pro próximo post.