sábado, 10 de julho de 2010

Suiça: o jogo e o festival

Era dia de jogo do Uruguai e Holanda, e eu como boa World Cup addicted, tinha que assistir. Estava combinando uma "assistida conjunta" com o Aaron aqui no Planète Bleue mesmo, e eis que ele surge na porta do meu quarto dizendo que o povo tava pensando em assistir o jogo no telão no lago Genebra. Não sei porque ele perguntou se eu estava interessada em ir, já que isso só tinha a resposta óbvia correspondente.
Lausanne tem uma área bastante grande que fica na beira do lago, e uma das mais importantes é a Ouchy (nós gostamos de chamá-la de "áutch", pra parecer um berrinho de dor, mas o certo é algo como "úchi"). No Ouchy que termina uma das linhas de metrô, então é fácil chegar lá, mesmo quando se está do outro lado da cidade. Eu, Isdin, Aaron, Nadya e um outro guri que não lembro o nome fomos de metrô até lá, e encontramos o pessoal que mora no outro alojamento, e curtimos o jogo com uma vista fantástica. Aqui são 5 horas na frente do Brasil, então o jogo começa às 20h30 para nós. Mas o sol ainda jogava seus lindos raios por tudo, pintando o horizonte com um laranja fenomenal.


Aliás, a "laranja mecânica" estava bombando por lá. Mesmo. Achava que eu e a Nadya (que é da Colômbia) fôssemos as únicas torcendo para o Uruguai. Até que eles fizeram gol, e os tímidos torcedores se manifestaram como puderam.
No meio do jogo, um cara gigantesco parou na minha frente, e bloqueou minha visão. De repente ele saiu, e eu fui pra frente novamente, ao lado da Amber, do nosso grupo. Eis que subitamente o homem-montanha voltou, e começou a me empurrar literalmente, tipo "sai daqui, que eu guardei esse lugar pra mim". Não sei por que, mas às vezes tenho ataques de bravura, então olhei bem séria pra ele, tipo "vai encarar, é?" hahaha. E ele me olhou bem sério "Holland?". Percebi o sotaque latino dele, e respondi (em português) "claro que não, Uruguai". Meu chapéu, parecia que ele tinha encontrado a sobrinha desgarrada ou algo assim. Queria saber meu nome, de onde eu era, o que eu estava fazendo, e tudo mais. Ele é espanhol, mas morou no Brasil por um ano (em Fortaleza). Ficou lá destilando o mel de como os brasileiros eram legais ("não digo só pelas mulheres, claro!!!!"). E assim por diante.
Eu quase sentia o olhar dos meus amigos nas minhas costas. Assim que ele foi embora, eles vieram com tudo: "isso foi muito engraçado! ele é brasileiro? vocês ficaram amigos?". Aham, marcamos churrasco lá no Planète Bleue amanhã. #not
Enfim, o jogo terminou e tínhamos tempo ainda, então pegamos o metrô e descemos em uma parada adiante da que iríamos descer normalmente, para conhecer o Festival de la cite Lausanne. (estou percebendo que todos os eventos acontecem no verão por aqui, fico imaginando o que acontece no resto do ano! talvez eles fiquem fazendo bonecos de neve ou algo assim).
Bom, resumindo, foi totalmente cult. Absurdamente cult. E estava a cidade toda lá. Isso só me leva a uma conclusão: os lausanneses (?) são cult.
O festival ocorre ao redor da grande catedral que tem aqui. Ela é bem gigante mesmo, então tinha diversos espaços alternativos, onde eventos paralelos iam sendo desenvolvidos. Tudo era falado em francês, então eu não entendia nada (infelizmente). O máximo que eu podia fazer era me esforçar para entender a interpretação, ou aproveitar para ter uma aula de francês na marra mesmo.


Uma das coisas que mais gostei foi um show de música. Sobre um palco tinha uma moça tocando um violino conectado a um computador, e mais dois caras também com computadores. E eles fizeram arranjos fantásticos, com músicas eruditas e também modernas. Só que eles não estavam simplesmente lá tocando. Sobre eles e o palco eram projetadas luzes e figuras de pedras entalhadas, então na verdade a gente mal conseguia ver os caras. Bah, foi demais. (essa foto abaixo tenta sem muito sucesso mostrar isso que falei)


Tinha diversos teatros e stand up comedies hilários. Como um nono italiano vestido de terno, que primeiro foi chegando no palco todo devagar, e de repente começava a dançar freneticamente, e depois contou diversas histórias. Aliás, para uma das performances dele, ele pediu quem era brasileiro na plateia, e pegou uma das moças pra ir com ele no palco (que no final passou por mal bocados). Ainda bem que fiquei bem quietinha.
Teve também o show do Superman versão mini, que eu mostro nessa foto abaixo. Não tenho ideia do que era, mas me matei rindo mesmo assim.


Passamos um frio danado aquela noite. Era 00:30, pegamos o trem de volta pra casa, e eu, Aaron e Isdin percorremos a avenida que liga a estação de trem ao Planète Bleue nos segurando para não rir. Por que? Porque essa avenida é o hotspot das prostitutas de Lausanne. Tinha dezenas delas, para todos os gostos, bolsos e disponibilidades, lá paradas. ¬¬ Nós tivemos que comentar o fato de que, provavelmente, assim como tudo na Suiça, o serviço prestado por elas deve ser bastante caro, e portanto deixando-as relativamente desocupadas como estavam.
Mas chegamos em casa a salvo. Fui dormir bem faceira aquela noite,

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