terça-feira, 6 de julho de 2010

Suiça: A viagem

Bom, primeiramente, gostaria de explicar que este blog surgiu como uma ideia do meu sempre crativo amigo Rodrigo, à minha vontade de contar algumas histórias de viagens (como a que estou fazendo agora) e indiadas, já que eu não queria "poluir" meu blog de ciências (que, inclusive, está juntando pó, infelizmente) com assuntos não referentes ao tema principal dele. A ideia do nome também foi dele (eu sou péssima com nomes), fazendo um link bacana da intenção do blog com meu sempre surpreendente sobrenome "Dörr".

Então, minha gente. No momento estou em Lausanne, na Suiça. Estou aqui fazendo uma espécie de estágio com bolsa, inserido dentro de um Programa de Pesquisa de Verão na Ecole Polytecnique Fédérale de Lausanne (EPFL). Não vou explicar o que estou fazendo no Lab porque senão vou poluir o blog de viagens com assuntos de ciência, daí vai ser uma bagunça. Ou seja. Chega de enrolação.

Bom, minha intenção nos próximos posts é contar algumas coisas que aconteceram ou estão em andamento por aqui, e mostrar algumas fotos pra vocês.

Então, vamos lá, "A Viagem".

Pra começo de conversa, minha viagem foi looonga, como se poderia imaginar. De Porto Alegre peguei avião pro Galeão, onde fiquei boas horas curtindo o carioquismo alheio e tentando abstrair a voz de motel que anuncia os vôos por lá. Boa parte do tempo eu fiquei tentando afastar da minha mente a possibilidade de a minha mala se perder em uma das 500 escalas que eu tinha que fazer, já que eu tinha pedido pra pequenina (sim, a mala. 25kg) ser despachada direto em Genebra, minha última parada aérea.

 
Lá fiz um "amigo", digamos. Não sei o nome dele. Só sei que a gente se encontrou em todos os lugares, e no final um já estava guardando as tralhas do outro enquanto esse outro ia no banheiro. Acho que ele estava indo visitar a namorada em Florença. Enfim.

A pequena viagem de 10 horas foi muito bem, já que eu só aguardava algum alimento me ser dado para em seguida cair em sono profundo (veículos de qualquer espécie em movimento me fazem dormir instantaneamete). Dormi após o jantar e acordei com a bandeja do café-da-manhã sendo colocada na minha frente com um esplêndido "Buenos diaaaas!" dos comissários da Iberia.

A tal escala longa era até Madri. Lá devo dizer que a coisa apertou, porque eu só fui seguindo o fluxo de pessoas. Eu estava me sentindo como naquele filme Matrix ou algo assim. Eram tantos elevadores, luzes e escadas rolantes que eu achei que qualquer hora fosse desembarcar numa nave espacial (sim, essa é minha ideia de check-in de viagem inter-espacial). Nem acreditei quando tive que pegar um metrô chegar à outra parte do aeroporto onde estava minha sala de embarque, mas, alguns minutos depois, lá estava eu no banheiro trocando desesperadamente meu sapato e blusa por opções mais "ventiladas" para o verão espanhol, e indo aguardar pacientemente meu avião até Genebra.

 
A viagem de Madri a Genebra foi a mais sem graça. Tinha duas espanholas do meu lado (eu estava no corredor, aff) que gostavam bastante de falar. E, claro, eu estava querendo dormir. O avião trepidou que nossa, e tinha 3 "chicas" na fileira da frente que, a cada movimento brusco do avião, levantavam as mãos para o alto e faziam "uhuuuuuu", como se estivessem em uma montanha-russa. Ah, e não tinha lanche free. Fui na seca mesmo.

Genebra é linda (pelo menos pelo que vi do aeroporto). Lá dei um jeito de achar a estação do trem (com minha mala já em mãos!!! imagine minha alegria quando vi minha pequenina deslizando na rampa!). Claro que eu não sabia falar "Lausanne" com a entonação correta, mas o atendente que me vendeu o ticket do trem rapidamente deu um jeito de me ensinar. LUSÁN!


 Já no trem, eu estava impressionada com a qualidade do ambiente! Poltronas enormes, vista fantástica, tudo lindo. Até que chegaram os homens que checam nosso ticket. Eu tinha comprado ticket para 2ª classe. Claro que aquelas poltronas malditas me enganaram, pois alí era 1ª classe. Tive que pagar a diferença, porque já estávamos chegando em Lausanne. Próxima vez vou verificar melhor os lugares que entro.

 
Chegando à Lausanne, eu tinha a direção dos ônibus que teria que pegar para chegar à residência que iria morar (Planète Bleue). Deu tudo certo com os ônibus, aqui eles são mais fáceis de lidar quando se tem uma mala, pois tem um segundo compartimento do ônibus com a plataforma mais baixa e menos poltronas, para pessoas 'carregadas' de alguma forma de virarem mais facilmente.

O problema foi ao descer do ônibus. Meus apontamentos me diziam que eu tinha que "go down". Fui "going down the street" que eu tava, e me deparei com... nada. Estava numa rua que não sabia o nome, procurando o número 76. Daí tinha algumas casinhas: número 74, 75, ??, 77, 78. Sim, nada de 76 para mim. Resolvi virar à esquerda pra ver se a 76 tinha fugido, e nada. Nesse meio tempo a rodinha da minha mala caiu, e não tinha como pôr de volta. Então esta era eu arrastando 25kg mais 3 bolsas e eu mesma.
Felizmente encontrei uma senhora que me ajudou um tanto (ela falava francês, e entendia algumas coisas de português, então...). No final ela só apontou pra frente e disse qualquer coisa que devia parecer com "deve ser logo em frente". Nos 300 metros restantes (sim, eu estava vendo o Planète Bleue) eu devo ter parado umas 5 vezes para respirar. Eu estava ficando desidratada, achei que fosse desmaiar, e minha água tinha acabado. Um horror.

Mas cheguei ao Planète Bleue. E muitas coisas aconteceram antes de eu deitar na minha cama. Mas isso é assunto pro próximo post.

2 comentários:

  1. Muuuuito bem! Bacaníssimo. Mas fico imaginando a quantidade de coisas que tu levou pra essa viagem. Se, pra Unisinos levava muuuitos utensílios, imagina agora.
    Ah, já tive a experiência de perde UMA roda da mala... Bá!

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  2. Nati!
    Bah, mas que satisfação ver esse seu bloque!
    Estarei acompanhando! \o/
    S.

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