quarta-feira, 7 de julho de 2010

Suiça: A chegada

Cheguei à frente do Planète Bleue e me deparei com um monte de botõezinhos de interfone para todos os apartamentos. Um deles era direcionado à secretaria. Foi ele que eu cliquei.
Fui recebida por um saudoso "Oui?". Ao que eu comecei a desenrolar meu inglês aos trancos e barrancos, tendo em vista meus problemas de cansaço e desidratação no momento. A mulher desesperadamente passou o interfone para um homem, e começamos a falar.
O tal homem ficava me perguntando "Do you have an appointment with the director?", ao que eu respondi umas 500 vezes "YES!!".
Ele me mandou entrar e ir na porta à esquerda. Fui né. Deixei minhas malas logo na entrada e entrei pela porta.
Me deparei com um ambiente muito estranho, com barulhos de água e canos, e cheiro de lavanderia. Mas a tal pessoa tinha me mandado ir alí, então imaginei que o diretor podia ser um cara meio alternativo, que gosta de se sentir estudante também, ou algo assim.
Tinha diversas portas lá dentro, com escadas e paredes. Saí batendo em todas as portas, e nenhuma estava destrancada.
Voltei para o interfone, e disse "Ninguém me atende!". E ele continuou me mandando bater na porta verde. Fiz o trajeto interfone-porta verde-portas internas umas 4 vezes, ao fim do que, na passada pelo interfone, a pessoa me disse a palavra mágica "up-stairs". Ou seja, a tal porta estava no segundo andar. Eu realmente estava em uma lavanderia aquele tempo todo, procurando o diretor do estabelecimento.
Peguei o elevador (AINDA BEM QUE NÃO TIVE QUE SUBIR AS ESCADAS ARRASTANDO MINHA MALA), cheguei à tal sala, e o homem com quem eu falei ao interfone (que era o diretor ¬¬) me recebeu cordialmente. Ele estava um pouco confuso (não mais que eu, obviamente), e deve ter pensado algo como "nossa, no Brasil as pessoas tem problemas mentais".
Eu expliquei que estava exausta, fiquei pedindo desculpas umas 200 vezes. Ele carinhosamente me levou até um sofá, e trouxe uma garrafa de 1,5 litros de água. Bebi quase tudo, e acho que esse foi um dos momentos mais gratificantes dessa minha curta vida.
Depois fomos conhecer meu apartamento (que divido com mais 3 gurias, duas espanholas que moram alí mesmo e mais a Cecilia, uma chinesa do mesmo curso que eu), conversamos um pouco. Ele foi embora. E eu fui tomar banho. Nem acreditei na sensação do contato com aquele jato de água gelada.
Eu tinha chegado, sã e salva, apesar dos inconvenientes.
Dormi que nem uma pedra na noite que chegou às 22h.

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